MAU HÁLITO

Se considerássemos o hálito desagradável ao acordar, praticamente 100% da população seria portadora desse mal. Por isso, o hálito da manhã é considerado fisiológico. A halitose acontece durante o sono, porque há redução muito acentuada da produção de saliva e um aumento da quantidade de bactérias que habitam a cavidade bucal (Flora Bacteriana). Essa, por sua vez, atua nos restos epiteliais que se descamam da mucosa bucal e sobre as proteínas da própria saliva. Após a higiene dos dentes (com fio dental e escova), da língua (com limpadores de língua) e após a primeira refeição (café da manhã), a halitose matinal deve desaparecer. Caso isso não aconteça, podemos considerar que o indivíduo tem mau hálito e que este precisa ser investigado e tratado.

As pessoas podem ser portadoras de mau hálito constante e nem perceberem, por causa da fadiga olfatória. Somente as pessoas que tem períodos de normalidade conseguem percebê-lo.

É muito bom salientar que os casos de halitose não podem ser explicados por um único mecanismo. Existem casos de halitose tanto por razões fisiológicas (que requerem apenas orientação), por razões patológicas (que requerem tratamento), como por razões locais (feridas cirúrgicas, cáries, doença periodontal, etc.) ou sistêmicas (diabetes, uremia, etc.).

Por isso, pode-se concluir que todas as possíveis causas devem ser investigadas e que o tratamento será direcionado de acordo com a causa identificada. No entanto 96% ou mais dos casos de halitose se devem a presença de saburra lingual e, assim, devem ser tratados.

Saburra é um material viscoso e esbranquiçado ou amarelado, que adere ao dorso da língua em maior proporção na parte posterior (no fundo mais próximo da garganta). A saburra somente aparece em pessoas com predisposição à sua formação; é parecida com a placa bacteriana, a diferença entre elas é que a saburra está aderida à língua e a placa está aderida ao dente, ambas produzem mau cheiro, é comum observarmos casais em que apenas um dos parceiros apresenta hálito muito desagradável, a ponto de incomodar o outro. Uma das principais causas da formação da saburra e a redução do fluxo salivar, com a presença de uma saliva muito mais concentrada ("gosmenta") e que facilita a aderência de microorganismos e de restos epiteliais e alimentares sobre o dorso da língua. É bom que se diga que a redução do fluxo salivar tem várias causas, mas a mais comum é provocada pelo "stress" constante.

Para se livrar do mau hálito provocado pela formação de saburra, aqui vão três dicas:

  • 1ª Fazer a remoção mecânica da saburra por meio de escovação da língua com a própria escova dental, ou com o auxílio dos limpadores linguais disponíveis no mercado. O mais encontrado é o limpador em forma de "V".

  • 2ª Promover a oxigenação periódica da superfície lingual. A substância mais comumente usada é a água oxigenada pura ou diluída, mas antes de utilizá-la, é melhor consultar seu dentista, para que ele possa avaliar e orientar qual a forma mais adequada a ser utilizada para se obter um bom resultado.

  • 3ª Identificar corretamente qual a causa da redução do fluxo salivar para que se possa estabelecer o tratamento adequado.

As duas primeiras só garantem um hálito agradável; porém , exigem manutenção constate. A última, uma vez diagnosticada a causa com absoluta segurança, garante resultado mais eficaz e duradouro, por estar sendo tratada a causa primária.

Nos casos de mau hálito esporádico, a melhor maneira de tratá-lo é promovendo uma higiene bucal geral, incluindo a higiene lingual da maneira citada anteriormente e estimulando o fluxo salivar com uma goma de mascar sem açúcar ou com suco de limão e sal. Devemos também tomar alguns cuidados com a alimentação, evitando excesso de proteínas, gorduras e condimentos muito fortes e tomar água com freqüência.

Um alerta quanto ao uso de balas e gomas de mascar: estas são indicadas apenas esporadicamente, pois o uso desse artifício, se realizado com freqüência, traz outros prejuízos bucais como por exemplo, as cáries.

Algumas pessoas associam o mau hálito com problemas estomacais. Pode haver aí um grande equívoco, pois sendo a boca a porta de entrada do nosso organismo, com a formação de placa bacteriana e saburra, que podem ser um meio de cultura para microrganismos patogênicos, pode propiciar amigdalites, faringites, distúrbios gastrointestinais, problemas pulmonares, etc.

 

 

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